quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Pecado permitido



Durante a noite, que parecia infinita, alguns toques nas mãos e risos de canto de boca me fizeram estremecer. Segurei a respiração a cada olhada no meu decote proposital e tentei sorrir sem demonstrar tanto interesse naqueles lábios enigmáticos. Depois do chop, ele me chamou pra ir num lugar mais reservado, silencioso e ameno. Sem tanta gente ao redor. Sem tanta plateia pra analisar a prévia daquela noite.

Ele me pegou pela mão, guiando-me até a saída do bar e então entramos no carro que o manobrista tinha acabado de trazer. Ao som de Bruno Mars, seguimos pela orla iluminada daquela cidade encantadora, e eu sem saber exatamente como agir, já que tinha quase conseguido o que queria, optei por apenas ouvir as letras das canções enquanto observava o brilho da lua que estava incrivelmente linda e cheia. 

Algumas tentativas de papos foram frustradas, tamanha era a minha ansiedade pra saber onde estávamos indo. Quando sem muito esforço ele ultrapassou uma barreira de segurança e seguiu para o estacionamento do clube que frequentava. Parou o carro, baixou o volume da música e me encarou, fazendo com que minha respiração ficasse cada vez mais falhada e ofegante. Sem ainda ter sido tocada, nem ao menos beijada, eu já havia imaginado tudo – absolutamente tudo – que ele seria capaz de fazer comigo. Não tinha medo me de me decepcionar, pois sabia que aquelas mãos firmes e bem tratadas me levariam ao mais puro e intenso orgasmo que eu poderia ter. 

Ficamos por alguns longos segundos olhando nos olhos, até que eu não resistir e toquei sua boca. Ele segurou minha mão e me agarrou com força, me beijando intensamente deixando-me quase sem fôlego. Apertou meus braços e me deixou imóvel, absolutamente paralisada e em suas mãos. Nesse momento eu não pensava mais em nada, a não ser no prazer de estar sendo dominada por aquele homem que eu tanto quis ter dentro de mim. Ele continuou com sua língua dentro da minha boca, alternando com leves mordidas nos lábios, enquanto suas mãos passeavam pelo meu corpo.

Tirou meu vestido com uma agilidade digna de profissional, deixando-me apenas de calcinha. Ele me olhou profundamente e sem dar uma palavra voltou a me beijar me acariciando nos pontos mais insalubres do meu corpo. Tentei tirar sua camisa, mas ele não deixou, dizendo que aquela noite seria minha. Que o prazer dele seria me ver gozando incontáveis vezes. E enfim ele deu partida na tortura mais deliciosa da minha vida. 

Gemi quando ele começou a lamber meu mamilo e arqueei ao toque no meu sexo. Eu já estava pronta pra qualquer coisa que ele quisesse fazer comigo, principalmente meter aquele pau duro em mim. Mas nossa noite estava só começando. Sem largar meus seios, ele acariciou meu clitóris com o polegar e depois enfiou dois dos seus dedos em mim. Gemi mais alto, e aquilo parecia um estimulante bastante eficaz. Tornei a ser beijada intensamente. Ele me soltou, desceu pelas minhas pernas com pressa de chegar ao lugar desejado e em segundos eu já estava sendo chupada pelo homem mais gostoso que eu já tinha visto. Me permitir ser torturada por longos minutos, até que gritei seu nome com força ao mesmo tempo em que gozava em sua boca. 

Senti meu gosto nos seus lábios e mesmo sem ter retomado o fôlego queria mais. Então ele me permitiu sentir seu corpo, - não tão perfeito, porém absolutamente gostoso e bem dividido – se despiu e rapidamente meteu com força em mim. Fechei os olhos pra sentir melhor aquele prazer, e abri novamente ao ser ordenada por ele.  Quanto mais ele metia mais eu gostava e sentia prazer. Sem nenhuma pena nem pudor, ele agiu com força e determinação, não me dando outra alternativa a não ser gozar mais uma vez. Apertei os braços dele pedindo pra parar, mas ele não me ouviu e continuou aquele balé sem coreografia pré-programada, entrando e saindo de mim.  Às vezes com pressa e força, outras tantas com delicadeza e pirraça. Quando eu pensei que já não aguentaria mais de tanto prazer, olhei nos seus olhos e em instantes gozamos juntos, gemendo e sussurrando palavras incoerentes.  

Enfim ele se permitiu despencar em cima de mim, e eu senti aquele suor delicioso na minha pele, assim como o cheiro do seu perfume amadeirado. Pude também acariciar suas costas largas e enfiei minhas mãos no seu cabelo, levantando seu rosto e beijando-o mais uma vez. Aquilo era apenas uma insinuação de que a noite iluminada pela lua cheia estava apenas na metade.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Delícias cremosas




Sabe amor? Daqueles bem fortes, que te derrubam sem medo e quando você se da conta já foi completamente dominado? Pois bem, é o que eu sinto já faz um tempo pelas minhas delicias cremosas, mas só me dei conta da intensidade hoje quando olhava fotos antigas. 

No passe e repasse dos dias e da vida a gente perde e ganha pessoas e momentos incríveis e eternos. Mas só quando a gente para e sossega é que percebe que amor é um sentimento tão bom, que completa mesmo estando só. 

Eu sou filha única, portanto não tenho irmãos, não serei tia biológica e se não tiver muitos filhos minha família será pequena. Mas os que me agregam por vontade ou por sangue me têm tanto bem, que o amor transborda e me leva pra famílias imensas me dando novos tios, sobrinhos, irmãos, primos, cunhados, avós...

E hoje especialmente, falo desse amor todo por lembrar desse mesmo sentimento que recebo dos meus – e tantos – pequenos. São filhos de amigos, primos próximos ou distantes, colegas e até vizinhos. São pequenas delícias cremosas e crocantes, que com sorrisos sem dentes e uma agitação natural, me fazem ter e perder a paciência apenas por amor. É um beijo de longe pra não tirar o gloss, um aperto nas bundas gostosas, uma pulada nas costas pra brincar de macaquinho, uma sessão de ‘cosquinhas’ na barriga só pra ver o riso dobrar.

Ouço meu nome errado, peço pra ser chamada de tia, coloco de castigo, faço vontades, sou feita de gato e sapato, dou beijos, mais beijos, apertos e amassos.  Só por amor. Aquele puro, que não quer nada em troca, só mais um sorriso e pronto. Vejo fotos recentes e antigas, e observo como essa galerinha cresce rápido. Mas cresce junto com eles o meu amor e a minha vontade de tê-los sempre e pra sempre pertinho de mim.

Eles vão crescer ainda mais, vão namorar, estudar, serão doutores, professores e compositores, e num futuro não tão distante, talvez até tenham vergonha dos apelidos de infância e dos causos vividos. Mas serão sempre as minhas delícias cremosas, que me darão outras cremosidades tão gostosas quanto eles foram, e terão o mesmo amor pra dar que hoje eu tenho.     

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Diário de um homem apaixonado




Há alguns dias venho sentindo falta do cheiro dela. Aquele perfume de flores misturado diariamente com o hidratante corporal. Sinto falta do seu andar, da forma como balançava os cabelos e os quadris quando estava apressada, e das caretas quando me pedia opinião nos esmaltes da semana. 

A cama parece que ficou maior desde o nosso desencontro. A comida anda meio sem gosto e minha barba eu simplesmente deixei de fazer. Caminho automaticamente para o trabalho e de lá volto pra casa. Cinema, chop e academia são coisas abstratas e passadas...  Mas eu sei que o meu signo combina com o dela. Acho que o ascendente dela é peixes e meu paraíso astral é ela. 

Ah aquele sorriso toda manhã... O mesmo bom dia todo dia, ainda que tímido e baixinho por conta do sono. As músicas dançantes pra despertar e as clássicas pra acalmar. O vício por frutas vermelhas e a teoria eterna de que ‘dois copos d água em jejum evitam rugas’. As meias espalhadas pelo quarto e as calcinhas penduradas na transmissão do chuveiro. Fora os mil cremes que nunca me permitiram um espaço na bancada do banheiro.

Sinto falta das reclamações em semana de TPM e da ânsia por chocolate depois de litros de lágrimas com um filme aguinha com açúcar. Até das visitas à minha sogra eu tenho sentido saudade. 

Mas o telefone não toca. A música que eu escolhi pra quando ela ligasse pra mim não soa há semanas, e quando ligo, ela deixa chamar até cair na caixa postal. Já mandei emails, flores pra casa e pro trabalho, mensagens por todas as redes sociais, recados por amigos em comum... Até carta eu já escrevi e enviei. Mas não tive uma resposta sequer. E esse silêncio ta me matando.

Acho que to morrendo mais rápido esses últimos dias. Repasso toda a nossa briga daquele domingo, mas não consigo lembrar de nada que a fizesse ferir tanto. Chorei junto com ela todas aquelas horas, e ainda choro de saudade quando vejo nossas fotos enfeitando a casa. Já pensei em desistir, em por um ponto final nessa saudade que parece não ter fim. Mas ai eu lembro daqueles cachos acobreados caídos pelas costas nuas, dos lábios finos ligeiramente umedecidos e daqueles olhos de ressaca que me fazem lembrar a Capitú de Machado de Assis, e decido esperar mais um dia, dois, três talvez. Que sejam semanas ou até meses. Mas eu quero aquele beijo doce de novo.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Trinta de agosto



Da casa branca do alto da montanha se ouve os pássaros e o lento chacoalhar do vento à margem do riacho. Desta mesma casa sinto o CHEIRO de verde novo, de flores e frutas. É a PRIMAVERA que vem chegando vagarosa e preguiçosa pra nos dar inspiração de um novo recomeçar.

As atividades que são aos poucos retomadas têm aspectos de novidade. A laranja lima colhida agora mesmo do pé tem o mesmo doce de uma tangerina madura, e o suco dessas FRUTAS cítricas refrescam a tarde quente desse país tropical. 

As CRIANÇAS brincam de pique esconde entre árvores e folhas caídas, se sujando a cada tropeço banhado de risadas sadias e saudosas. Os adultos que ali estão, permanecem admirando a natureza local e se permitindo respirar um pouco mais de AR PURO. 

O sol vai se pondo e com ele a certeza de um novo AMANHECER. As crianças se banham nas águas límpidas do riacho, e a ingenuidade pueril toma conta do ambiente que já é demasiadamente gostoso e saudável. As folhas que ainda restam do outono optam por dar lugar a novos verdes, e CORES talvez. E o tapete azul marinho vai se formando no céu com direito a purpurina prateada dando brilho à beleza NATURAL. 

A passos lentos e ritmados, os pés que aproveitaram a terra fresca e renovada, caminham descalços de volta pra casa. Aquela branca, que fica no alto da montanha e que agora abriga a mais linda FAMÍLIA nestas últimas noites frias de fim de estação.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A menina e o livro



Ela não sabia LER. Na verdade estava aprendendo, mas tinha preguiça de pensar em se esforçar pra ler igual a gente grande. Mas ela já era grande, pelo menos era o que seus pais diziam. 

Encarava aquele negócio de forma peculiar. O respeitava, tratava-o sempre bem e CORDIALMENTE, mas optava pela não intimidade. Ainda que algumas cores e capas chamassem bastante ATENÇÃO. 

Até que em um dia de outono, enquanto revirava o baú de BRINQUEDOS antigos e doados, ela viu algo BRILHAR. Um brilho estranho, porém forte e intenso. Era um livro pequenino, que cabia na palma da sua mão, com letras douradas que dizia ‘A menina e o livro’. Ela pegou, folheou as PÁGINAS, observou as letras brilhantes e resolveu guardar para mostrar a mãe. Mas o danado, além do brilho que carregava na capa, tinha gravuras interessantes que acabaram despertando a curiosidade de Ana para uma LEITURA instantânea. 

Após ler o título do exemplar com certa dificuldade, ela que nunca se vira tão interessada por algo que não emitisse BARULHO, estava ávida por saber o que de tão interessante contava em acompanhamento às figuras que ilustravam aquele objeto não mais ESTRANHO.

Ana se perdeu entre letras e pontuações. Voltava à página quando não entendia a frase ou contexto, e VIAJOU durante uma tarde inteira pra onde a menina e o livro a levavam. 

Parques, escolas, jardins, praias e montanhas. Ana conheceu tudo isso naquela tarde de OUTONO, que já estava fria. Mas a vontade de saber o que a menina mais tinha gostado de todos aqueles lugares que CONHECERA, era tão grande, que nem o frio nem a fome fizeram Ana desgrudar daquele brilho.

Após devorar aquele pequenino TESOURO, Ana descobriu que o que fez a menina do livro viajar tanto, foi exatamente um exemplar que ela lera durante suas férias escolares. Ana se viu ESPELHADA naquelas páginas que desvendavam mistérios após mistérios. Ana, que tinha preguiça de ler, se entusiasmou ao finalizar seu primeiro livro e a partir daquele dia se prometeu: ‘-NUNCA MAIS EU PARO DE LER’.  

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Carta de despedida


Os livros estão na estante, os CDs guardados e os DVDs ainda vejo. As roupas eu não doei, os brincos não joguei fora e as CARTAS não fiz fogueira. O coração está sob a cama, e o meu aqui, meio partido meio colado, mas ainda VIVO.

Pensei que não sobreviveria ao caos do desmoronamento, mas o frescor de uma nova MANHÃ sempre revigora até os tidos inúteis. O trem que passou pelo meu corpo, hoje viaja em outras terras, percorrendo novos CAMINHOS, apreciando tantas belas paisagens. Verdes, azuis, mares e FINS. 

Os sorrisos que me lembro e os que tenho agora são proporcionalmente ACOLHEDORES. E estes me fazem viver mais e MELHOR. O sol vai aquecendo aquele frio aparente, e a mãe das águas me acolhe no seu melhor abraço. As lágrimas aos poucos vão sendo substituídas por canções já ouvidas e nunca observadas. E a vida vai voltando ao NORMAL.

O cheiro de fruta fresca no início da tarde continua inundando o rol de entrada, e eu ainda me pego sentindo falta da sua RESPIRAÇÃO. Mas aos poucos eu me acostumo com novos VERBOS e mãos. Com sotaques interioranos e costumes inéditos. 

Os sonhos que insistem em tomar conta das minhas noites já não são tão densos, e eu, aos poucos, vou voltando a CAMINHAR sentindo aquela brisa que só a mais tranquila pode me presentear.  

Volto a me pintar de VERMELHO, rosa, e lilás, e a cada ida e vinda do batom lembro de VOCÊ, mas sempre com carinho. As risadas estão mais altas, e o êxtase que às vezes envolve meu corpo não mais é comprimido por um receio de sentimento partido. 

Os olhos bucólicos que por ora me olham me fazem sentir como Caetano... Que cantando a VIDA, vive num sonho que pra nós é PERFEITO, e só ele sabe a dor e a delicia de saborear cada acorde azul anil.    

Mas mesmo com o coração recortado, ouço as CANÇÕES que você me ensinou, e que por minha vez, ensinarei a novos ouvidos, que passarão para seus vizinhos, e os netos procurarão saber de quem é aquela voz que um dia ouvira falar ser o melhor dentre os melhores da HISTÓRIA que pensara viver.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Salvador, eu te amo



Do alto do prédio eu vi os dois abraçados. Da porta do hospital reparei um casal sentado. Da janela de casa ouvi risos dobrados. Na barraca da praia presenciei BEIJOS apaixonados.

E o que seria de nós se não fosse o amor e um lindo pôr do sol para ABRILHANTAR essa delícia? Sem que ninguém me peça eu defendo as belezas da minha cidade com unhas e dentes, e digo que ela é linda de ver. Os vários sóis que se põem juntos na mesma tarde de outono são gloriosos. Os faróis que fazem sombra nesse mesmo momento brindam a cada novo ENTARDECER os aplausos que os recebem. Os gramados que acolhem corpos, pinicam uma cócega gostosa e sadia. E a minha capital me presenteia com os melhores brilhos de MAR.

De cada ponta distinta a gente percebe os olhos apaixonados se fundindo com o alaranjado do SOL deitando. É como numa galeria, a admiração em silêncio de cada obra que nos toca sem nos conhecer. De cada artista que pinta sem nos perceber. De cada MÚSICA que soa ao amanhecer.

A natureza daqui é linda, e não a toa é aplaudida quase toda tarde por malucos incontroláveis. As gaivotas que dão aquele toque no CONTRA LUZ, voam sem pretensão. Os atletas que abraçam as águas mornas seguem seu rumo no silêncio límpido. E os acordes dos violões são cada vez mais novos e inovadores. São REVELADORES de encantos que só ali têm.

Uma vez disse que nada é mais belo e acolhedor que o sol do Porto da Barra quando BEIJA o mar, e é aplaudido pelo seu eterno romance renascentista. Hoje, digo que de fato não há nada mais delicioso que ver casais se amando, sem mesmo se tocar, apreciando a beleza que os une naquele MOMENTO. A brisa do Humaitá, o sol que doura a sereia, o cheiro do MAM, os cristais da ladeira da Barra, a tranquilidade de São Tomé, as BÊNÇÃOS do Santo Antônio, que vai muito além do Carmo...

A minha cidade é linda demais. E os amores que dela nascem são sempre abençoados por mares SUTIS e sóis arrebatadores. São agraciados pelas CORES fortes que essa natureza nos representa. São laranjas-azulados que sem combinar fazem a aquarela perfeita em cada fim de tarde. São CRIANÇAS pintando, descobrindo cores e combinações que só o amor tem. Que só Salvador tem.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Espasmos de melancolia

                                                                Um dos muitos finais de tarde vividos no MAM-Ba


Eu acho que hoje era um daqueles dias que eu queria você por perto. Aqui, junto de mim, calado, do meu lado, com a mão apoiada no meu colo e a respiração no mesmo compasso da minha. Isso só porque eu preciso de carinho e atenção. De uns minutos de tranquilidade e sossego pra minha alma. Mas justo hoje que eu preciso desse ABRAÇO, eu não o tenho.

Outro dia li que a vida é feita de momentos. Isso eu já sabia, ou pelo menos tinha deduzido, mas a questão eram os momentos de tristeza e ou felicidade. Eu sei que ninguém é feliz o tempo inteiro, que sorri o tempo inteiro, ou que é demasiadamente triste ao ponto de viver entre LÁGRIMAS. Mas são esses momentos que fazem a gente querer viver e melhorar a cada dia. São as situações de desconforto que nos fazem crescer e as de êxtase que nos impulsionam para dias melhores e ENSOLARADOS.

Ouvir um não nunca é ACONCHEGANTE, principalmente quando você se esforça e deposita todas as expectativas de vida naquela situação ou pessoa. Mas é a partir dessa negativa que as perguntas vêm à tona e você é obrigado a se responder. É nesse momento que você pergunta a DEUS se tudo está conforme o desejado, ou se existe algo de muito errado nessa história que ainda não foi diagnosticado.

Entretanto, a FELICIDADE está nas pequenas coisas, e não necessariamente em todos os sim’s. A alegria pode ser vista ao perceber que uma criança esta sendo alfabetizada, que muitas pessoas não passaram FRIO numa das noites mais complicadas da capital populacional do país, ou também na certeza que sua banda favorita vai lançar um livro no ano vigente.

As situações são tão diversas e tão opostas que nem uma caminhada solitária na ORLA BUCÓLICA da cidade responderia as questões. Tampouco um passeio de mãos dadas e depois um suco dividido entre canudos num mesmo copo, resolveriam as DÚVIDAS. De fato nós, seres humanos, vivemos de momentos, e felizmente todos eles passam. Inclusive os melhores e mais contentes, que servem justamente para nos impulsionar a correr atrás da tão sonhada ‘PERFEIÇÃO’.

domingo, 14 de julho de 2013

A menina do carro azul



Hoje de tarde enquanto eu estava a caminho de um almoço familiar, parei numa sinaleira e sem querer observei a motorista que parou o carro ao lado do meu. Uma menina bonita, cabelos negros e curtos, pele levemente acobreada, mãos firmes no volante e lágrimas caindo dos OLHOS. Estes estavam cobertos por óculos escuros, talvez a fim de disfarçar o inchaço das pálpebras, ou apenas para proteger da claridade. Mas naqueles segundos que ficamos paradas lado a lado, sem mesmo nos conhecer, me deu vontade de oferecer-lhe um abraço. APENAS UM ABRAÇO.

Fiquei pensando no que poderia ter causado aquelas lágrimas, que não pareciam de felicidade ou emoção. Poderia ter sido uma BRIGA boba com a irmã, ou mesmo descoberto o motivo da separação dos PAIS. Talvez ela não tenha passado no vestibular, ou tenha perdido o emprego. Mas ela poderia ter terminado com o namorado ou apenas estar com saudades de uma AMIGA. Poderia ter sido tudo isso. Ou somente se emocionado com a CANÇÃO anterior.

O fato, é que naquele um minuto e meio meu CORAÇÃO se apertou e chorou junto com ela. Ele foi solidário a um ROSTO DESCONHECIDO e uma voz inaudível. Ele apenas se compadeceu das lágrimas caídas de um rosto lindo que jamais vira novamente. Ele chorou aparentemente sem motivos.

A menina, que devia ter seus vinte e poucos anos, seguiu ouvindo a música ritmada que ecoava dos autos falantes do seu carro azul anil. A menina, que podia ser minha filha, seguiu em frente derramando lágrimas que eu NÃO PUDE EVITAR. A você minha flor, que hoje parou na sinaleira da avenida mais movimentada da cidade, minha maior vontade de SORRIR para te ver sorrir. 
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