domingo, 29 de abril de 2012

Presente perfeito


Sei que faltam algumas muitas pessoas, mas essa foi a primeira com quase todo mundo que encontrei


Éramos nós, não éramos sós, éramos muitos. Éramos três, éramos seis, era uma vez. Era uma história. Somos uma história. NASCEMOS FAMÍLIA! Cada um de uma barriga, de um parto diferente, de anos distintos e de gestações absolutamente desiguais. Mas nascemos. Crescemos, alguns se reproduziram, outros escreveram livros, uns os têm apenas em rascunhos manuscritos e quase todos plantamos árvores de feijão no algodão quando tínhamos cinco anos no pré-escolar. Mas cumprimos a nossa parte.
Acredito eu, que de toda a ‘regra básica’ da vida todos nós cumprimos, mas ouço bem ao longe uma voz ainda embaçada, dizer que falta uma coisa. Me esforço, mas nada consigo captar.

A pró da escola dizia assim: ‘ Todo ser humano nasce, cresce, reproduz, envelhece e morre. Essa é a lei natural da vida meus amores’. Ela só esqueceu de concertar um detalhe. A gente não morre, vira ESTRELINHA do lado de papai do céu e brilha todos os dias, até naqueles beeeem chuvosos, ou mesmo nas cidades grandes e super poluídas.
 
Estrelinha que é estrelinha brilha no escuro, no claro, NO CÉU, NA TERRA E ATÉ NO MAR. Nos adesivos dos cadernos escolares, nos brincos espalhafatosos das adolescentes, no pingente da mulher sedutora, nas costas de algum tatuado e no celular de uma patricinha. Ah, têm algumas que brilham no teto de alguns quartos, essas são chamadas de florescentes.

Mas tem um tipo de estrela singular. Aquela que é plural, que conjuga verbo, que soma e multiplica, que cria jargão, que entende redação, mas não aceita a inflação. Que tenta rimar na hora errada, mas GARGALHA do besteirol bem baiano feito entre amigos num churrasco na varanda de uma casa bastante familiar. Essa estrela que eu me refiro bebe FANTA UVA, usa roupas alaranjadas e come quase tudo, menos caju. Vá entender...

Volto de onde comecei e concluo. Éramos três, éramos seis, éramos muitos. SOMOS MUITOS. Na festa de formatura, no casamento dos alheios, nas partidas de dicionário, nos shows de pagodes, NAS MÚSICAS BREGUINHAS, nas combinações nem sempre comuns de roupas e sapatos, na maneira de dirigir, na escolha da profissão, nos aniversários, na INTIMIDADE- que definitivamente não é uma merda-, nos olhares, nos beijos, abraços e amassos, nos lanches da BUUUUUURGUEEEER KING, nos apelidos carinhosos e nem sempre comuns, no paladar estranho, nas viagens, nas fotografias e nas infinitas coisas que nos UNEM. Até porque nós somos o passado de um futuro mais que presente. Um presente perfeito.
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