segunda-feira, 4 de julho de 2011

Um singular plural

 O som é o tango, o gosto é o vinho, o cheiro é a mistura do perfume importado com o suor do corpo, a textura é macia, e a paisagem são escuras e objetivas esperando respostas. Que não vêm.  

Lembrar da sua voz enchendo o saco com piadinhas infames, e com as mesmas histórias de sempre. A vaidade e a vontade de querer que eu seja (fosse) o que não me apetece. O desejo do domínio...  Não é porque seu signo é diferente do meu que você vai me dominar. Eu tenho prazeres e preferências, e isso você NÃO vai me tirar.

A vontade de mandar entre quatro e mais paredes. O medo de se sentir dominado com um mero sussurro ao ouvido. HOMENS... que mandam e desmandam pra fora. Aqui quem manda sou EU. Não importando quem é você. Novo, velho, verídico ou platônico. Aqui as regras nem sempre são claras, mas infinitamente MINHAS.  

A lingerie e o salto alto, acompanhados de uma box branca e um vinho na temperatura ambiente. Ah se essa noite tivesse replay ou vida eterna... Optaria por não amanhecer nunca.

Mas amanheceu, e o medo de dar bom dia acompanhado de um selinho é enorme. “- Não quero me apegar. Tenho compromissos e demais prioridades. Deixe- me ir”. Como se eu tivesse prendendo alguém. E se não (me) quisesse, não haveriam conversas em bate papos online, ligações inesperadas, mensagens fora de hora e confissões desesperadas.

Homens... que se julgam tão espertos e sagazes não resistem a um belo par de olhos, a um aperto nas mãos e a um decote, ainda que discreto.

Homens... que acreditam ditar regras mas acabam sendo levados por uma coisa chamada desejo. Ainda que esse seja (inicialmente) apenas sexual.

Um comentário:

  1. Que texto SENSACIONAL, se é que existe adjetivo que conteple a beleza desse texto. Um arraso!

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