segunda-feira, 11 de julho de 2011

Contínuo


Acho que as madrugas vazias são realmente produtivas. São quatro cantos que tem aqui. São quatro paredes, preenchidas com coisas VULGARES e simplesmente DESNECESSÁRIAS. São brancos que passam uma paz extremada e imprópria. São cantos escusos que não encontro o que preciso. O que quero. A companhia agora é masculina e distante. A melodia não é a pedida diariamente, nem a musicalidade é a melhor. São românticos sem pontos, vírgulas, exclamações nem mesmo as interrogações que insisto em usar. SÃO VERBOS SEM AÇÕES. É o destino que me deixa parada em frente a um turbilhão de movimentos (im)precisos. Agora é ela quem chega, na verdade ela volta. Elas voltam de mãos dadas, fazendo COMPANHIA uma à outra, com o mínimo medo de se perder. Nostalgia e melancolia, que juntas chamam outras companheiras de estrada. As lágrimas ainda seguras num rosto jovem e inexperiente pedem pra sair. Mas os ouvidos estão sendo contaminados com lembranças, medos e receios. Elas ensaiam uma caída sincronizada. VOLTAM AO PONTO DE PARTIDA. A mente ainda sã faz uma viagem longa no tempo e vai vendo que as memórias não são tão ruins assim. As costas doem, as vistas se cansam do branco exagerado, da falta de respiração no ambiente. Os cantos escusos ainda claros impedem a alma de cometer loucuras. Loucuras estas que já deviam ter sido vivas e VIVIDAS. Medo. Medo de errar, de arriscar, de inovar! Ta faltando algo... Falta a melanina que cobre um corpo pecador, suado e curvo. A mesma água que insistia em querer aparecer com um artigo feminino, agora dá lugar ao masculino, que tenta suprir a necessidade do óbvio, e vai dando espaço a natureza que nem sempre é bela.

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